no colo da poesia...

... E essa brisa doce

que produz alívio e

deixa-me absorto

nos braços do vento

ou no colo da poesia!

Deixa-me criar raízes nas barrancas desse rio.

Deixa-me contemplar extasiado o verde do mato.

Deixa-me ser rio, ser mato e brisa, ser vento e poesia...

Deixa-me ao sol, feito carne curtindo para aprimorar

o sabor. Alivia-me da dureza dos meus dias...

Que essa brisa seja meu santo protetor.

Que seja minha sandália de dedo a

livrar-me dos espinhos da trilha.

Que seja lua a iluminar os caminhos

que solitário tenho que caminhar.

Assim, feito curumim

que acaba de nascer

sem nem mesmo

saber por quê?

Depois, bem depois...

Quando de fato eu me for daqui:

faça-me brisa, ou vento, ou poesia

a suavizar outras faces sedentas de brisa;

a brincar noutros rostos assoprando-lhes poesia...

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 30/03/2011
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