As minhas palavras são redes 
e pescam as vossas mentiras, 
mas são malhas; vós não as vedes,
porque, à volta, o mar se revira. 
 
As minhas palavras não ledes 
pois arderam todas na pira, 
― ah, tivésseis delas mais sede! ― 
Velho poço embalde transpira 
 
frescor que concede a tão poucos...
Há sons sibilantes e roucos, 
no silêncio de uma caverna. 
 
Sentinelas dançam, lampírios, 
deixam rastros, mil brilhos sírios. 
― A busca prossegue e é eterna. 

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