FACES...
... E essa brisa doce
que produz alívio e
deixa-me absorto
nos braços do vento
ou no colo da poesia!
Deixa-me criar raízes nas barrancas desse rio.
Deixa-me contemplar extasiado o verde do mato.
Deixa-me ser rio, ser mato e brisa, ser vento e poesia...
Deixa-me ao sol, feito carne curtindo para aprimorar
o sabor. Alivia-me da dureza dos meus dias...
Que essa brisa seja meu santo protetor.
Que seja minha sandália de dedo a
livrar-me dos espinhos da trilha.
Que seja lua a iluminar os caminhos
que solitário tenho que caminhar.
Assim, feito curumim
que acaba de nascer
sem nem mesmo
saber por quê?
Depois, bem depois...
Quando de fato eu me for daqui:
faça-me brisa, ou vento, ou poesia
a suavizar outras faces sedentas de brisa;
a brincar noutros rostos assoprando-lhes poesia...