Pérolas do Ocaso

Um dia que se finda,

uma noite que se aproxima.

Os derradeiros estertores do entardecer.

Nuvens purpúreas,

o toque das ave-marias,

o ar parado às horas do silêncio.

O sol-posto.

Promessas no horizonte,

tormento de Tântalo,

no encontro de silêncios.

Uma procura,

uma espera.

Lembranças dobradas,

guardadas em uma

gaveta qualquer.

Um mistério que se anuncia,

uma vida fugaz,

um não adormecer,

um não despertar,

um entorpecer.

Tantos porquês

e uma incômoda

escuridão.

Nos olhares dispersos

a razão do existir,

a angustia do se entender,

um pretenso se encontrar

em um ocaso de pérolas.