EMBOLADA

Candieiro bom não sai da carreada.

Mas o boi valente tá na invernada,

O café gostoso é o da madrugada.

Castigo do pobre é não ter nada.

Dinheiro do rico se junta com enxada,

Quem faz bebedeira é da pá virada.

Coração de ilusão só faz burrada,

vai atrás de quem nunca quer nada.

Mulher viúva tá sempre cortejada.

Matrona so olha com a cara amarrada.

Cara feia e feijão é so na garfada.

surgiu confusão ela tá na parada.

Desgraça não sai lá da encruzilhada.

Mé desses ruinzotes desce com empada.

Angu quente é comido pelas beiradas,

Boca fria se esquenta na pimentada.

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Imposto do governo e sempre paulada.

Rico tem mulher e também namorada.

Restaurante bom vem mesa reservada,

lá no banco a conta está até estufada.

Na banguela a distância venço na estrada

e o guarda rodoviário não gosta nada.

Se vem carro voando é barra pesada.

pulo fora e evito a cacetada.

A modestia comigo não valeu nada.

a simplicidade também é frescura danada

Sempre achei que fosse o bom da parada

Um gavião penacho e rei da mulherada.

O vigor do velhote é só uma fachada.

O empate vem com a carteira recheada.

compra tudo e no fim sai e não paga nada.

grita fora rasgado e ainda faz patuscada.

A noite feliz é só pra criançada.

A bagunça boa é a da madrugada,

a carne de gato e pra dar uma beiçada.

Caboco come até mal temperada.

Engole a cachaça e faz cara fechada.

pega qualquer bruxa e cai na balada.

Ela miss noturna ele o rei da noitada

Dançando ao som de uma boa embolada.

Pacomolina
Enviado por Pacomolina em 29/03/2011
Reeditado em 29/03/2011
Código do texto: T2878125
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