EMBOLADA
Candieiro bom não sai da carreada.
Mas o boi valente tá na invernada,
O café gostoso é o da madrugada.
Castigo do pobre é não ter nada.
Dinheiro do rico se junta com enxada,
Quem faz bebedeira é da pá virada.
Coração de ilusão só faz burrada,
vai atrás de quem nunca quer nada.
Mulher viúva tá sempre cortejada.
Matrona so olha com a cara amarrada.
Cara feia e feijão é so na garfada.
surgiu confusão ela tá na parada.
Desgraça não sai lá da encruzilhada.
Mé desses ruinzotes desce com empada.
Angu quente é comido pelas beiradas,
Boca fria se esquenta na pimentada.
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Imposto do governo e sempre paulada.
Rico tem mulher e também namorada.
Restaurante bom vem mesa reservada,
lá no banco a conta está até estufada.
Na banguela a distância venço na estrada
e o guarda rodoviário não gosta nada.
Se vem carro voando é barra pesada.
pulo fora e evito a cacetada.
A modestia comigo não valeu nada.
a simplicidade também é frescura danada
Sempre achei que fosse o bom da parada
Um gavião penacho e rei da mulherada.
O vigor do velhote é só uma fachada.
O empate vem com a carteira recheada.
compra tudo e no fim sai e não paga nada.
grita fora rasgado e ainda faz patuscada.
A noite feliz é só pra criançada.
A bagunça boa é a da madrugada,
a carne de gato e pra dar uma beiçada.
Caboco come até mal temperada.
Engole a cachaça e faz cara fechada.
pega qualquer bruxa e cai na balada.
Ela miss noturna ele o rei da noitada
Dançando ao som de uma boa embolada.