Licença Poética
Migramos pensamentos
Esse boulevardiano estado de espírito
Eu, minha caneta e meu caderno
Emergem os riscos aqui e ali
Escrever é brincar com as palavras
É um jogo muitas vezes perigoso
Cada doido com sua mania
Cá por mim, gosto de brincar com palavras
Erguer com elas meus castelos
Tão necessário me é escrever de vez em quando
Assim, com as musas de plantão me cobrindo de mimos
Escrever é um ato imerso em rituais
que não faço a menor questão de entender
apenas me vem uma ideia, um fato,
uma imagem, uma frase
um estado de juízo e pronto.
Escrevo como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Se gosto, publico.
Caso contrário, rasgo
e jogo fora, como quem aborta num banheiro sujo.
E por fim, me curvo diante de tal fato.
Poeta, pensa que pode iludir-se
e que consegue mudar o mundo.
Vã ilusão, ledo engano, mera licença poética.