No coração nasce a forma
E aqui se metamorfoseia

Tálamo ancestral da vida
Jamais a ferida sara

Sou elo que pendo no nada
Como cadeia quebrada

Hoje queria ser areia
Por onde a água perpassa
Sem deixar nenhuma marca
Gira e ri enquanto rola

Mas carne, demoro ainda
Apesar desta certeza:
Sou um laço da cadeia
e não me pertence nada
Deram-me vida; dei vida

Tudo o mais
É estrada



9/4/2004