Dias tensos

Dias tenros

Dias tensos

Reflexões

Noites de brio

Imenso vazio

Nos corações

Feliz tristeza

Triste felicidade

Inocência fútil

Vivencias em desequilíbrio

Intranquiladas, mais uma viajem

Meias verdades, meias mentiras

Tudo falso, ouro de tolo

Conta ao Fausto

O motivo da vergonha

Do medo, do dolo

Não com violência, não com elevado tom

Não com silencio, exagerado dom

De ferir, depois curar, de abrir, depois fechar

Talvez nem verdade, nem mentira

A própria falsidade é algo a si pensar

Até onde a razão manda na vida

São esses tais, os quais com ousadia

Burlam o ciclo da vida, rumo ao fim dos dias

São dias tensos, de tênues tristezas, de tenras alegrias

De sinuosas certezas, de insinuantes riquezas

Na verdade, pobrezas, ganância que flerta com a alma

Abundância, mais e mais, repugnante vontade de ter

De ser, querer, cobiçar

Estes são dias descompromissados

Desnutridos de valores e razões

A tanto, e tão pouco

Toda a fome e sofrimento, diante do desenvolvimento

Do progresso, da evolução, são questões

De valores meramente questionáveis

Amar é lucrativo?

Ajudar é lucrativo?

Sorrir é lucrativo?

Se não forem, não fazem sentido algum

Sem fantasias, sem ficção

Isso é real

É banal e mortal

Será esse o fim dos dias?

São dias tensos, dias intensos

Mais ainda há esperança em meio ao sofrimento

Enquanto no fundo existir um brilho

Enquanto estiver sobre o trilho, da vida

por mais esses dias, ela sobreviverá

Por mais uma esperança, por mais algumas alegrias

mudanças...