STRADIVARIUS
Vai sumindo o navio na linha do horizonte
Não se sabe o que liga este ponto à outra extremidade da ponte
Vai sumindo também o sol, o acompanhante
Parece transido de dor o astro amante
O único pássaro marinho sobrevoa tristemente o cais
Vem e pousa a ave cansada e mansa nas pedras de corais
Acende-se o terço da noite ainda criança
A cidade e a noite em contradança
Solitário sentado na calçada, cabisbaixo
Cisma um homem sob o panorama da lua nas nuvens por debaixo
Ouve na mente, ao mirar aquele cenário
O som longínquo de um Stradivarius
Levanta-se dali e segue em direção das vagas
Abraça-se com a ave, unindo-se pelas chagas
Dançam e volteiam sob a desconfiada luz do luar
Dançam e se abraçam até que o casal some no ar
Contam nativos daquelas bandas praieiras
Ele era um violinista e ela, sua parceira.