STRADIVARIUS

Vai sumindo o navio na linha do horizonte

Não se sabe o que liga este ponto à outra extremidade da ponte

Vai sumindo também o sol, o acompanhante

Parece transido de dor o astro amante

O único pássaro marinho sobrevoa tristemente o cais

Vem e pousa a ave cansada e mansa nas pedras de corais

Acende-se o terço da noite ainda criança

A cidade e a noite em contradança

Solitário sentado na calçada, cabisbaixo

Cisma um homem sob o panorama da lua nas nuvens por debaixo

Ouve na mente, ao mirar aquele cenário

O som longínquo de um Stradivarius

Levanta-se dali e segue em direção das vagas

Abraça-se com a ave, unindo-se pelas chagas

Dançam e volteiam sob a desconfiada luz do luar

Dançam e se abraçam até que o casal some no ar

Contam nativos daquelas bandas praieiras

Ele era um violinista e ela, sua parceira.

taniameneses
Enviado por taniameneses em 29/03/2011
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