MÃOS
Mãos que enxugam lágrimas a cair,
delicadas, sutis e abandonadas,
secas ou molhadas prontas a construir,
tempos passam antes lisas agora enrugadas.
Mãos ágeis, elétricas, puro asseio,
negras e brancas no seu esplendor,
vagam seus segredos de enleio,
onde circula o sangue com ardor.
Mãos feito tulipas delicadas,
lânguidas por tempos abandonadas,
poderosa apaixonada e forte.
Mãos essas amei, no ataúde enfadonho,
murchas e frias na palidez de um sonho,
nos singelos mistérios da morte.