MÃOS

Mãos que enxugam lágrimas a cair,

delicadas, sutis e abandonadas,

secas ou molhadas prontas a construir,

tempos passam antes lisas agora enrugadas.

Mãos ágeis, elétricas, puro asseio,

negras e brancas no seu esplendor,

vagam seus segredos de enleio,

onde circula o sangue com ardor.

Mãos feito tulipas delicadas,

lânguidas por tempos abandonadas,

poderosa apaixonada e forte.

Mãos essas amei, no ataúde enfadonho,

murchas e frias na palidez de um sonho,

nos singelos mistérios da morte.

Vicente di Azevedo
Enviado por Vicente di Azevedo em 28/03/2011
Código do texto: T2875415
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