Ainda Assim
Há sombras nesses vales
cobertos de sonhos.
Ventos do norte arrastam-me
para profundas águas
desse mar encapelado
e céus encobertos.
Interrogações assaltam
madrugadas frias.
Mistérios corroem mentes sóbrias
e o amigo foge entre luzes e cantos.
A água não lava
o que precisa ser purificado.
A poesia se esconde
entre bosques sem nomes
e sons de agitação.
Em vão procuro o silêncio
que pudesse tudo revelar.
Ainda assim sou abrigo,
sou sal e fruto maduro.