Quanto tempo temos ainda
Para desperdiçar
Na vida, da vida, com a vida
É tudo o que vamos tanto lamentar
Quando o tempo amarelecer as lembranças
E desbotar qualquer resto de esperança
Quando o tempo corroer as entranhas
De onde nasce cada poema
E quando tornar tudo esquecimentos
Tudo o que antes era só dilema

Quanto tempo temos ainda
Para deixar morrer de fome e de sede
A vida toda que pusemos nesse amor
Quanto tempo ainda temos
Para nos perdermos ainda mais
Muito mais ainda do que podemos
Enquanto fugimos assim desesperados
Da única vida que já tivemos

Quanto tempo voaremos alucinados
Até lamentar tudo o que perdemos
Até quando andaremos desavisados
Do momento exato em que morremos
Quanto tempo ainda estaremos desolados
Sem nem perceber que não mais vivemos
Quanto durará a distância entre os amados
Quanto para o amor dizer o que esquecemos

Quanto tempo para o amor ir e não voltar
Quanto para esquecer o que dele não sabemos
Quanto tempo para lembrar dele tudo o que temos

Quanto tempo ainda temos
Pergunto à vida e ela não responde
Pergunto à morte e ela faz mistério
Pergunto ao amor e ele silencia...
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 27/03/2011
Reeditado em 26/05/2021
Código do texto: T2874251
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