A Noite, O Cadáver

Na noite à hora do açoite

Dos sentimentos frios, dos amores frios

Do brilho dos copos

E dos corpos... ainda frios

Pergunto-me, pergunto-te

Por que deveria perguntar?

Hoje já que sou nada além

Ou aquém...

Daqueles que atravessam as ruas

Solitários, tragados pela noite

Estes drogados, prostitutas

Bêbados, bandidos, mentirosos

E homens de bem.

Escrevo estes versos talvez por desespero

Pelo niilismo de estar

Por apenas não saber

O porquê se é, o porquê da noite

Da brisa que castiga

Com tamanha graciosidade

Ah, penso não poder haver deus mais cruel

Este mesmo que tudo me diz

Em nada responder.

Este medo e desespero, este incondicional amor

Por tudo que já é cadáver.

Éden
Enviado por Éden em 27/03/2011
Reeditado em 27/03/2011
Código do texto: T2873496