Nada seguro

Não tenho mais a pressa

Nem o tom da melodia

Só tenho o solfejo

O assobio do desejo

Destoando a sinfonia.

Nas mãos nada seguro

Já não tenho o que ser alcançado

Só sei dos intentos

Cobrindo o que aparento

Para não ser destroçado.

Apenas o fio que fisga

Um pouco de luz

Neste quarto minguante

Buscando a outra metade

Do hemisfério lunar.

A fúria dos olhos

Arranhando paredes

O vão que escapa

Na última etapa

Entre as folhas

Balançadas pelo vento.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 27/03/2011
Código do texto: T2873171
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