Nada seguro
Não tenho mais a pressa
Nem o tom da melodia
Só tenho o solfejo
O assobio do desejo
Destoando a sinfonia.
Nas mãos nada seguro
Já não tenho o que ser alcançado
Só sei dos intentos
Cobrindo o que aparento
Para não ser destroçado.
Apenas o fio que fisga
Um pouco de luz
Neste quarto minguante
Buscando a outra metade
Do hemisfério lunar.
A fúria dos olhos
Arranhando paredes
O vão que escapa
Na última etapa
Entre as folhas
Balançadas pelo vento.