A Estante dos Troféus

Hoje eu limpei a poeirinha

Do meu mural de troféus

Favorito.

Tal mural, ou estante

Ou suporte que seja

É bem peculiar.

Pois agüenta bem as minhas

Muitas condecorações

De honra ao mérito.

Meus muitos first place

Representados por ornamentos

Em formas de falos de borracha

Que a vida insiste

Em me enfiar no rabo - sem cuspe.

Parece que não tem jeito.

É foda ser um Van Gogh

Na Arte da Derrota.

É foda ser um Schumacher

No Grande Prêmio

Do Fracasso.

É foda ser um Bob Burnquist

No Looping do Eterno Retorno Nietzschiano

E girar eternamente de Switchstance

Pro lado oposto de tudo que vale a pena.

Portanto, limpo a poeirinha da minha estante

E coloco o troféu que representa

A minha última derrota: uma bocetinha

Que já não é mais virgem

E que era pra ser minha

Defloradamente deflorada.

Por outro.

Onde fica o RH da existência?

Quero pedir demissão da minha

vida.

Caralho.

Rafael P Abreu
Enviado por Rafael P Abreu em 27/03/2011
Reeditado em 27/03/2011
Código do texto: T2872939
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