A Estante dos Troféus
Hoje eu limpei a poeirinha
Do meu mural de troféus
Favorito.
Tal mural, ou estante
Ou suporte que seja
É bem peculiar.
Pois agüenta bem as minhas
Muitas condecorações
De honra ao mérito.
Meus muitos first place
Representados por ornamentos
Em formas de falos de borracha
Que a vida insiste
Em me enfiar no rabo - sem cuspe.
Parece que não tem jeito.
É foda ser um Van Gogh
Na Arte da Derrota.
É foda ser um Schumacher
No Grande Prêmio
Do Fracasso.
É foda ser um Bob Burnquist
No Looping do Eterno Retorno Nietzschiano
E girar eternamente de Switchstance
Pro lado oposto de tudo que vale a pena.
Portanto, limpo a poeirinha da minha estante
E coloco o troféu que representa
A minha última derrota: uma bocetinha
Que já não é mais virgem
E que era pra ser minha
Defloradamente deflorada.
Por outro.
Onde fica o RH da existência?
Quero pedir demissão da minha
vida.
Caralho.