MULTIPLICIDADE
MULTIPLICIDADE
Como se uma só vida não bastasse!...
Sinto-me, às vezes, tão velha
Como se tivesse mil anos.
Mil anos de vidas passadas
A esta agora somados.
Sinto-me, às vezes, criança
Como se tivesse seis anos.
Vontade de brincar de roda
E de andar no carrossel.
Sinto-me, às vezes, tão casta
Como se fosse uma monja.
Querendo viver num mosteiro
Recolhida em oração.
Sinto-me até Messalina
Quando, em abraços lascivos,
Entrego-me inteira ao amor,
Como se fosse a última vez.
Sinto-me, às vezes, escrava
Como se fosse subjugada,
Por forças maiores e ocultas.
- E quem será meu Senhor?
Quem sabe se já fui homem?
Pássaro, peixe ou uma pedra?
Talvez tenha sido uma árvore
Frondosa, à beira da estrada.
Marginal... Eu? Quem sabe!?...