CARTAS AO VENTO

Cartas ao vento,

palavras soltas, escritas sem sentido,

grito, revolta, raiva, medo, solidão,

tudo digo e nada falo.

Fechada em mim, preciso desabafar.

Preciso falar a todo o mundo,

deixar jorrar esta incerteza,

aliviar o meu coração!

Mas ninguém me escuta!

Mágoa, dor, desassossego,

carência de afecto e atenção.

Estou só no meio da multidão!

Cartas ao vento,

levem p'ra longe esta angústia,

esta ilusão nestas palavras

breves, frias, cruas.

Folhas simples, orvalhadas

das lágrimas quentes, salgadas,

que dos meus olhos rolam.

Não sei o que sinto!

Não consigo definir

tão confusa me encontro!

Quero falar, quero gritar,

mas a voz seca na garganta.

Escrevo! É mais fácil!

E a pena revela ao papel

o sentimento, o medo que me invade,

a dúvida que me agride!

E espero!

Espero o ânimo, o apoio

do braço forte onde me apoiar,

a mão que me ajude

a passar este rio de ilusões,

o beijo que me acalme,

o afago que me sossegue.

Espero por ti, meu Amor!

Hedera Cunha
Enviado por Hedera Cunha em 26/03/2011
Código do texto: T2871613
Classificação de conteúdo: seguro