(((((:::::SILENTE DUVIDAR:::::)))))

Eu só queria distância avolumada da nossa distância

e pegar a contra mão da sensatez, da própria razão

nestas certezas abertas - de uma ponta de ignorância

E o seu incessante perguntar cansa meu coração.

As coisas são e parecem precipício duma ilusão

A presença de tudo sempre perguntando

Coisas de angústia premente,

numa hesitação absorta em minha mente.

É falsa a verdade? Já que tudo são sonhos e tudo é sonhar?

Perante o mistério vacila a vontade

Em luta dividida dentro do pensar,

E a razão cede, qual covarde, frente a tão grande amar

apenas sombra se esquivando do perigo

Não ousastes nunca da carne o inesperado gosto.

Eu, sofrendo, cerro os olhos doridos

Pois pela noite o rio silente desce de mim sorrindo,

Oculto no escuro a alma não tem sossego,

e na escuridão que meu horror cresce.

Odeio a noite que a mim se assemelha,

Só que em mim, nem astro ou centelha

Dispersa as nuvens em seu manto sombrio,

Calada e escondida me quedo no frio,

Envolto em dúvidas e delas sempre temente.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 26/03/2011
Código do texto: T2871423
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