ASAS MUTILADAS(de Hernán Javier Piñeiro) e (adaptação de Tânia Meneses)

Voando vou e venho

E assim voando me entretenho

Mandam-nos voar

São papéis que voam para então podermos voar

Voamos também para documentos atestar

Bagagens vão e voltam, que coisas conterão?

Matamo-nos voando

Amamos voando

Voamos para amar

Voamos para nos avistar

Amamos voando

Voamos para amar

Amamos voar

E voamos por dinheiro para outra vez voar

Voamos no desejo de que chegue o que compramos

E que, inclusive, vem voando

Sonhamos voando

Voamos sonhando

Sonhamos voar

Arrebentamos o corpo e a mente para voar somente

Vivemos voando

E mais engenhos voadores inventamos

Procuramos no firmamento os discos voadores

Escrevemos com a mente voando

Imaginamos o Nosso Senhor voando

Enviamos o alimento voando

Corremos tanto e tão velozmente pela vida

Quase como se estivéssemos voando

E ela, a vida, esvai-se e nós voamos

Mas nada fazemos pela terra em que pisamos

Será por que temos a força da gravidade?

E se tivéssemos asas, poderíamos, então, voar?

***

Alegra-me e muito a participação do colega ESTANISLAU:

Vivo voando com Tânia

ora aqui ora na amozônia

em Espanha um voo de decepção

que partiu seu coração

mas Tânia recuperou

e novo voo alçou.

taniameneses
Enviado por taniameneses em 26/03/2011
Reeditado em 29/03/2011
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