NÃO SEI...
Não sei, não sei
Mas esse seu corpo frágil, esse seu rosto triste
Parece que nunca conheceram o amor
Não seu, não sei
Mas um passarinho verde e uma borboleta azul
Disseram que um dia lá pras bandas do sul
Seus sonhos se arrebentaram na beira de um cais
Juntou os caquinhos, formou um vitral
Mas sonhos despedaçados jamais são iguais...
Pobre animal, perdido em seu jardim
Do estilhaço dos teus medos
Não há um segredo que não possa devorar
Ganhe o mundo, não temas
Eu cuido do seu quintal
Não sei, não sei
Mas acho que você é como eu
Se lhe custa ir além das fronteiras dos seus muros sagrados
Romper as correntes da sua prisão
Inventar novos sonhos que sejam só seus...
Junte-se a mim, na tarde de fria solidão
Na sala de estar, tomemos um chá...
(Irene Cristina dos Santos Costa – Nina Costa, 1999)