NÃO SEI...

Não sei, não sei

Mas esse seu corpo frágil, esse seu rosto triste

Parece que nunca conheceram o amor

Não seu, não sei

Mas um passarinho verde e uma borboleta azul

Disseram que um dia lá pras bandas do sul

Seus sonhos se arrebentaram na beira de um cais

Juntou os caquinhos, formou um vitral

Mas sonhos despedaçados jamais são iguais...

Pobre animal, perdido em seu jardim

Do estilhaço dos teus medos

Não há um segredo que não possa devorar

Ganhe o mundo, não temas

Eu cuido do seu quintal

Não sei, não sei

Mas acho que você é como eu

Se lhe custa ir além das fronteiras dos seus muros sagrados

Romper as correntes da sua prisão

Inventar novos sonhos que sejam só seus...

Junte-se a mim, na tarde de fria solidão

Na sala de estar, tomemos um chá...

(Irene Cristina dos Santos Costa – Nina Costa, 1999)

Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 25/03/2011
Reeditado em 01/11/2012
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