Epistemologia de mim mesmo

Olha, minha mãe querida,

vou tentar equacionar:

Pra que serve a matemática

se tenho máquina de calcular?

Pensar é o que me cança,

Minha mãezinha querida,

e me explique a ideia

da teoria metafísica...

A língua que eu falo

foi eu mesmo que inventei,

Mamãe, troquei os verbos,

porque não falo português!

Quantos dias eu perdi

nos meus dias de Verão

tentando aprender álgebra

na aula de recuperação?

Quando tive Filosofia,

numa aula de Maquiavel

o meu mundo teve cor

nos rabiscos de papel.

Uma vez um vento torto

mudou minha direção

e entrei numa livraria

de gente fina e livro à mão...

Ah, deixa disso, mãe querida,

sei bastante quem eu sou,

Acho que nunca amei o amor

porque ele nunca me amou!

Zoei a disciplina com um E

Bem redondo como um zero

No meu caderno invisível

que escrevo quando quero

Sabe, minha mãe querida,

É bem verdade que não sei

mas afinal o que é mentira

na verdade que inventei?

Já pensou eu Presidente

em meio a essa ditadura?

Iletrado e rebelde

sem a mínima literatura

Professor não iria ter

porque eu não iria liberar

Pra que dar nota baixa

e com meus sonhos acabar?

Ô minha mãe querida,

a Sra. que me ensinou

digo à Sra. ou ao papai

dos lugares aonde vou.

Vou perguntar prum rico

a dúvida de reticências

espero que ele ainda lembre

e comigo tenha paciência...

Bem dizia um Maquiavel,

o que disse na aula do Joaquim,

que minha vida tinha um meio

justificado pelo fim.

Siriba
Enviado por Siriba em 25/03/2011
Reeditado em 09/06/2011
Código do texto: T2870081
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