Estigmas

A mão que toca em meu rosto

Acaricia esta pele cansada

Cada ruga que em mim é sentida

São feridas que não cicatrizam

E revigoram lembranças amargas

Dos “amigos” que então escolhi

Visando ter lucro qualquer

Que nas horas de meu desespero

Foram infiéis derradeiros

Valendo-se da vida o revés

Do que antes pra mim precioso

Hoje não tem mais-valia

Pois sou rei, de ouro de tolo

E meu trono não tem serventia

Sou espelho da minha ganância

Que cultivei ao longo da vida

Colhendo fruta já putrefata

Das maldades por mim proferidas

E a mão que sinto em meu rosto

Vem suprir-me tamanha bondade

Mesmo sendo este mísero farrapo

Arrependido e então perdoado

Já me sinto na eternidade

<><><>Patty Ramos 25/03/2011<><><>

Patty Ramos
Enviado por Patty Ramos em 25/03/2011
Código do texto: T2869184
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