IMAGINAÇÃO REAL (um ensaio em Portinari)

Pelos murais a vida corre

como sangue a alimentar as

veias

e o chão e as palavras

os braços e a imagem

passeiam pelos olhos do povo,

o silêncio a explicar

pelo cheiro do café

na saca das costas rude,

a saga do mudo povo a

sofrer.

Ao longe surge um enterro,

a ladainha já se ouve

a memória foi enterrada

a matéria já evaporou

com o suor a correr pela

face

inerte, seca na foto da

tristeza.

O silêncio grita nas margens

do sossego,

A morte fala de dentro do

espelho

Pelos raios do sol,

O homem indiferente engana

a fome

E caminha pelos passos de

Ferro do sobrevivedor.

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 25/03/2011
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