o inventor da mágoa
sou o cantor
das canções feridas
aquelas esquecidas
nos cantos da memória
sou aquele
lembrado sempre
quando da pior solidão
quando a tristeza notória
lá pelas tantas
se finge de morta
se finge de santa
sou o poeta
do imprevisivel
dos versos inflexiveis
das emoções inquietas
e de outras muitas histórias
sou o homem
transgressor
desamado
o inventor da mágoa
que inundou o rosto
que fez sofrer de amor
que foi embora
mais de uma vez
pra sempre
que largou a vida
de repente
ainda que dividida
ainda que a contragosto