LINHA DO TEMPO
Eu queria morrer
Antes do sol chegar
Antes de alguém especial adentrar por fim
Antes dos meus olhos se fecharem
Antes de renunciar a tudo que nunca tive
Antes de ser feliz ou triste
Antes de quem eu tanto amei partir
Antes do que nunca existiu existir
Antes do meu gato sorrir
Antes de cristalizar toda e qualquer dor
Seja ela momentânea ou crônica
Antes da minha matéria pedir descanso
E de sentir dos lugares lacrados em mim cheiro de ranço
Antes das mínimas esperanças voarem
Antes do meu menininho intimo sumir
Antes do último poema se solidificar em palavras
Antes de emergirem as escaras e as amarras
E caírem por terra as máscaras existenciais
Antes dos meus emblemas tornarem-se abissais
Antes do coração calejado gritar ao léu o derradeiro ai
Após isso o véu da morte poderá cobrir meu espirito enfim
Sabendo que a única mágoa é que levarei comigo meu último escrito
Pois o poeta e a poesia são como o reflexo e o narciso – indivisíveis.
Eu queria morrer
Antes do sol chegar
Antes de alguém especial adentrar por fim
Antes dos meus olhos se fecharem
Antes de renunciar a tudo que nunca tive
Antes de ser feliz ou triste
Antes de quem eu tanto amei partir
Antes do que nunca existiu existir
Antes do meu gato sorrir
Antes de cristalizar toda e qualquer dor
Seja ela momentânea ou crônica
Antes da minha matéria pedir descanso
E de sentir dos lugares lacrados em mim cheiro de ranço
Antes das mínimas esperanças voarem
Antes do meu menininho intimo sumir
Antes do último poema se solidificar em palavras
Antes de emergirem as escaras e as amarras
E caírem por terra as máscaras existenciais
Antes dos meus emblemas tornarem-se abissais
Antes do coração calejado gritar ao léu o derradeiro ai
Após isso o véu da morte poderá cobrir meu espirito enfim
Sabendo que a única mágoa é que levarei comigo meu último escrito
Pois o poeta e a poesia são como o reflexo e o narciso – indivisíveis.