Ausência
É como se eu saísse
de dentro de mim mesma
ou, quem sabe,
é como se eu nunca
estivesse estado lá.
É um vazio, mas não é uma falta.
Porque a falta pressupõe
uma perda;
e a ausência não é perda.
É um banco vazio na praça
num dia de chuva,
lugar que de fato ninguém deve estar.
A ausência, de fato,
é uma presença que esqueceu
de se fazer anunciar
ou que não aconteceu
como uma espera que sabemos que
nunca chegará.