A ânsia do desejo
A ânsia do desejo
Se nesse momento a ouvisse ao menos!
Se no meu frio, chegasse seu calor,
Se nos lábios a morte nunca viesse
Se no beijo cego, acertar neste amor.
Se no porvir, a tempestade se calasse.
Se a brisa não viesse com espinhos,
Se o momento fosse um pouco maior,
Se ventos de outrora movessem moinhos.
Se o riso não se descorasse tão rápido!
Se a sede do afã juvenil bradasse!
Se ao infinito, déssemos ouvidos,
Se por tristeza, uma rosa chorasse...
Lá no poente o sussurro bradaria!
Na alvorada_ As névoas se ergueriam
Na escuridão_ O silencio cantaria
No peito_ Sonhos brotariam.
E se zombassem de minhas palavras
E se achassem romanesco meu coração,
E se brincassem com o que sinto...
Saiba que amarei mais essa sensação.
Se na alcunha fizessem meu chamado
E em carinhos rotos lançassem-me ao chão,
Se por ventura o sonho que almejo
Trouxesse-me a morte, a certa morte então...
Ao abraço adúltero eu me lançaria,
Ao clarão da ilusão fitaria a cegueira,
E em um toque... Em teus lábios
Pequena... Entregaria uma vida inteira.
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