Onda popular...

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A Salinas

Ouço as vozes afora de minha casa

Que tanto dizem sem dizer nada...

Gritam umas! Outras baixas sussurram!

Passeiam sobre as calçadas pés quais queres

E levam consigo moças e moleques

E novos e velhos que entre si lutam.

As ruas em clarão nas peripécias se vão

Ricos e pobres, feios e belos cá estão!

Trazem na face mil sorrisos mentirosos,

No céu os astros luminosos os presenteiam

Mas não vêem e simplesmente rejeitam

O belo passeio dos corpos celestes garbosos.

Quem os dirá por ventura sé é certo ou não?

O ancião que do repouso hoje não abre mão?

Ou o jovem que pranteia a sós no leito?

Ambos em outros tempos cá viviam...

No silêncio de uns jaz o alvoroço que tinham

E quando tardas o sono... Usam de outro meio.

Já ouve-se a agitada vida desde mui cedo!

Pernas que vem, pernas que vão sem medo,

Os segui outrora e agora nada restou...

Mas já acostumei-me com a ausência de tudo

Nem sei se restará ao menos um fruto...

Quando nem mesmo sei o que ficou...

Na praça rugem os gritos e aplausos...

Mas não é pelo chão que pisam__ os brados,

Nem por descontentamento algum...

Apenas aglomeram-se e fazem dos ideais

Peça de museu sem serventia jamais

Em um tempo sem mérito nenhum.

Sou de ti filho adotivo há tempos

E cresci-me aqui com a face aos ventos,

Hoje moldou-se em mim um pensamento:

Não quero desta falsa vida pertencer!

Nem da hipocrisia mérito algum merecer

Quero apenas ter-te com puro sentimento.

Visitem meu blog:

www.poesiarteeterna.blogspot.com

Oziney Cruz
Enviado por Oziney Cruz em 22/03/2011
Reeditado em 23/03/2011
Código do texto: T2864353
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