Onda popular...
Onda popular...
A Salinas
Ouço as vozes afora de minha casa
Que tanto dizem sem dizer nada...
Gritam umas! Outras baixas sussurram!
Passeiam sobre as calçadas pés quais queres
E levam consigo moças e moleques
E novos e velhos que entre si lutam.
As ruas em clarão nas peripécias se vão
Ricos e pobres, feios e belos cá estão!
Trazem na face mil sorrisos mentirosos,
No céu os astros luminosos os presenteiam
Mas não vêem e simplesmente rejeitam
O belo passeio dos corpos celestes garbosos.
Quem os dirá por ventura sé é certo ou não?
O ancião que do repouso hoje não abre mão?
Ou o jovem que pranteia a sós no leito?
Ambos em outros tempos cá viviam...
No silêncio de uns jaz o alvoroço que tinham
E quando tardas o sono... Usam de outro meio.
Já ouve-se a agitada vida desde mui cedo!
Pernas que vem, pernas que vão sem medo,
Os segui outrora e agora nada restou...
Mas já acostumei-me com a ausência de tudo
Nem sei se restará ao menos um fruto...
Quando nem mesmo sei o que ficou...
Na praça rugem os gritos e aplausos...
Mas não é pelo chão que pisam__ os brados,
Nem por descontentamento algum...
Apenas aglomeram-se e fazem dos ideais
Peça de museu sem serventia jamais
Em um tempo sem mérito nenhum.
Sou de ti filho adotivo há tempos
E cresci-me aqui com a face aos ventos,
Hoje moldou-se em mim um pensamento:
Não quero desta falsa vida pertencer!
Nem da hipocrisia mérito algum merecer
Quero apenas ter-te com puro sentimento.
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