Farrapo Humano! - III

Traficante de emoções vadias & inesperadas,

Sujo o texto para transgredir a impudicícia alheia,

Valha-me barqueiro, tome as moedas & leve de roldão,

Toda a angústia generalizada toda vez que se escuta não,

Não é falta de tesão, mas sim de melhor circunstância,

Essa horrível mania de procurar quem menos se interessa,

Ser apenas ouvido para confidências profanas & rituais,

Encher a boca d’água, mas estar num imenso deserto,

Tudo que aflora são reminiscências de tempos passados,

Momentos que mais tocaram a alma & o corpo,

A pele macia, suaves seios, a carne mais tenra,

O beijo profundo, o corpo em explosão, volúpia & gozo,

Agora é um rasgo profundo numa folha amassada,

Larga indiferença na teia dos sentidos, areia escaldante,

Ou piso um piso frio a implodir dos pés a cabeça,

Faltam contatos, beijos, carícias & boa vontade,

Sobram reclamos, enredamentos, contas a pagar,

Aqueles sonhos desaparecidos, tão tocantes na madrugada,

Um blues soando como trilha, uma beira de praia...

A Ilha espera a nau para novos consertos & o corpo, mais amor!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 09/11/2006
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