Não deixe.

Essa avenida iluminada onde os corpos se perdem me lembra você.

Me lembra seus seios medrosos fugindo de suas vontades,

me lembra a luz que se apagou quando todas roupas vestiram o chão,

me lembra a inusitada felicidade que a noite presenteia sem nenhum motivo especial.

Mas não me deixe arrancar sua alma e bebê-la com o sangue que jorra do meio de suas pernas.

Não deixe o cão guia da vida enlouquecer através de uma cadela no cio,

e fugir pela avenida vazia das noites sem fim.

NÃO DEIXE,

pois dos jogos solitários das noites embriagadas,

todos somos perdedores.