CHAVE-MESTRA

Eu sou a face viva da dor
Que toma licor, gim, elixir...
Passa perfume e sorri
E lambe os beiços
Ao som de soberba orquestra
Sob o palco devasso e dadivoso
Onde enceno pantomimas
Baratas e enfadonhas
Em meio aos teares de pares
Dispares que me confundem
Nesse monologo louco que me deixa rouco
Pelo qual recebo aplausos e acenos
De uma plateia hostil e modorrenta
Que não interage, não age e não sabe
Ao menos a sutil diferença ou a pueril anuência
Entre que o acontece no sobe e desce da cortina
E se desvela sem nenhuma trégua às cegas
No túmulo-camarim que nem chave-mestra é capaz de abrir.
Zaymond Zarondy
Enviado por Zaymond Zarondy em 21/03/2011
Reeditado em 18/03/2014
Código do texto: T2862778
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