(((((:::::ASFIXIA MOMENTÂNEA:::::)))))

Insidiosas, rangem as tábuas no soalho,

Sobra, por vezes a imagem, um estilhaço

em que creio, ou se assim me afigura,

ter tido, alguma vez, passado a loucura

Pausa ou pena,

o oculto propósito que se apequena

sempre opondo-se, lenta, a inexorável asfixia

que, de tão rápida, são relances de nostalgia

Desta luz absurda, só escuridão !

No zinco ondulado de indecifráveis avisos

na brevidade do instante de cruel paixão

de que sonho - ou vida - espaço indeciso...

A me curvar de invisíveis pesos - o instinto

dando voltas no mesmo passo - o labirinto

Tão comprido de uma remota lembrança

de não mais poder lembrá-las.

Indistinto murmúrio de vozes junto de um rio

o olhar cansado - corpo incendiado - lágrimas de um riso.

Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 21/03/2011
Reeditado em 21/03/2011
Código do texto: T2862540
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