DICOTOMIAS
Constato que o tanto
Para que seja pleno
Há que ser menos.
Na esquina
Das minhas ruas
Essas avenidas
Suas
Não há conversão segura
Nem dia que sempre dura.
Há que se viver
Na fila dupla
Na língua curta
No (pisca-)alerta
A vida
Incerta e inserta
A porta aberta
A hora certa
Quem saberá?
Parece que o canto
Para que seja encanto
Há que desafinar
Já que o samba que é samba
Para que seja bamba
Há que saber brecar
No coro
No couro
Nas minhas cadeiras
Que não sabem dançar
No lombo
No tombo
Que a onda dá.
Na ânsia contida
(E incontida)
Que há.