DICOTOMIAS

Constato que o tanto

Para que seja pleno

Há que ser menos.

Na esquina

Das minhas ruas

Essas avenidas

Suas

Não há conversão segura

Nem dia que sempre dura.

Há que se viver

Na fila dupla

Na língua curta

No (pisca-)alerta

A vida

Incerta e inserta

A porta aberta

A hora certa

Quem saberá?

Parece que o canto

Para que seja encanto

Há que desafinar

Já que o samba que é samba

Para que seja bamba

Há que saber brecar

No coro

No couro

Nas minhas cadeiras

Que não sabem dançar

No lombo

No tombo

Que a onda dá.

Na ânsia contida

(E incontida)

Que há.

Dalila Langoni
Enviado por Dalila Langoni em 09/11/2006
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