CONEXÃO PERDIDA /// CALÊNDULAS
É a pele inteira que chora
A saudade de nada
Do toque inventado
Do calor imaginado
É a alma inteira que chora mesmo assim
E chorará por si e também por mim
A conexão perdida no deserto da Criação
Essa verdade visível, nua e crua
E é essa visão que se quer que nos destrua
Mesmo sendo o mortal pecado
Ainda que se olhe pra diante e aviste
Com o dedo de fogo em riste
Ele, que arrasta almas penadas
Nas enxurradas
Ele, cujo nome não ouso dizer
E tanto me tenta e pelos braços me puxa para trás
Que quase grito seu nome...
***
CALÊNDULAS
Quero fazer de meus versos
Um campo de calêndulas
Depois ...
Depois eu direi
Que te curei
***
Dizem que uma gravura vale mais que muitas palavras. E eu digo que uma só interação vale mais que todos os meus poemas juntos. Vejo a interação como o amor, um beijo, um abraço de dois poemas. E eu já estava entristecendo longe das celestiais participações da conterrânea, SARA GONÇALVES:
Foi um mundo o que criamos
As palavras que herdamos
A sintonia em vocêQue não ouso o nome
Mas quem sabe sobrenome
É sobremesa pra comer?!
Depois da refeição de cada dia
O prato da agonia
É Servido pelo pecado do próprio ser
Descompassando o relógio
Deste tempo tecnológico
Digitei todo meu querer
Em ternas possibilidades
De conter a saudade
Escorrida por você.