CONEXÃO PERDIDA /// CALÊNDULAS

É a pele inteira que chora

A saudade de nada

Do toque inventado

Do calor imaginado

É a alma inteira que chora mesmo assim

E chorará por si e também por mim

A conexão perdida no deserto da Criação

Essa verdade visível, nua e crua

E é essa visão que se quer que nos destrua

Mesmo sendo o mortal pecado

Ainda que se olhe pra diante e aviste

Com o dedo de fogo em riste

Ele, que arrasta almas penadas

Nas enxurradas

Ele, cujo nome não ouso dizer

E tanto me tenta e pelos braços me puxa para trás

Que quase grito seu nome...

***

CALÊNDULAS

Quero fazer de meus versos

Um campo de calêndulas

Depois ...

Depois eu direi

Que te curei

***

Dizem que uma gravura vale mais que muitas palavras. E eu digo que uma só interação vale mais que todos os meus poemas juntos. Vejo a interação como o amor, um beijo, um abraço de dois poemas. E eu já estava entristecendo longe das celestiais participações da conterrânea, SARA GONÇALVES:

Foi um mundo o que criamos

As palavras que herdamos

A sintonia em vocêQue não ouso o nome

Mas quem sabe sobrenome

É sobremesa pra comer?!

Depois da refeição de cada dia

O prato da agonia

É Servido pelo pecado do próprio ser

Descompassando o relógio

Deste tempo tecnológico

Digitei todo meu querer

Em ternas possibilidades

De conter a saudade

Escorrida por você.

taniameneses
Enviado por taniameneses em 21/03/2011
Reeditado em 21/03/2011
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