Além do Eu
Um Mundo Chamado “EU”
Eu não acredito por acreditar demasiadamente,
Eu respiro por falar de gente,
Eu vivo por existir morte,
Eu calo por não falar.
Eu sou o despeito do pavor,
Eu sou o favor do desejo,
Eu sou o descabido amor,
Eu sou fruto dos sonhos infrutíferos.
Eu faço silêncio na cidade,
Eu olho e vejo nada,
Eu vejo um mundo consumado,
Eu morrerei da invenção do meu próprio sentimento.
Eu mantenho o sonho preferido,
Eu fustigado choro falsamente sem pena,
Eu fome, comi sem cena,
Eu morte, peço socorro.
Eu já não sei quem foi,
Eu congelo minhas lágrimas sobradas,
Eu vivo na estúpida ilusão,
Agarro-me ao vento tocado por emoção.
Eu sou o choro da face do pagão,
O meu sono trêmulo se desfaz ao saber da mente,
Mil noites se passam e a solidão vem como amiga,
Que disfarçam de gente.
Eu aprendo com música,
A sinfonia é meu canto,
As flores do meu jardim cheiram explosão,
A natureza oposta inclui meu coração.
Eu sou o abismo no meio do nada,
O simples ingênuo,
A dor que muda de cor,
O Eu angústia vestida de sol.
Imagine as pessoas lutando contra o paraíso,
Sou eu lutando contra o pensamento,
Sem céu ou inferno,
Sou mediano metafísico.
Um alguém procurando o sentido,
As mentes flutuando o óbvio,
Louco como qualquer,
Original como quem quer.