AUTENTICIDADE (para poucos)

Para muitos a vida é inexistente

Pra quem não a vive de verdade!

É como tentar pegar estrelas de dia

Ou um gato que de noite não miara

Ou peixes no deserto do Saara...

É tudo rabiscado pelo presente da noite

Que trás seu brilho diamantino à frente

Da cortina negra da qual nasce o caos

Sagrado em sua essência!

Para que a ordem seja estabelecida

É preciso desordem, desalinho, motim

Depois da tempestade vem a bonança

Depois do temor a esperança... A temperança

É uma criança desvalidamente descartada

Volta do embalo na vala... Navalhadas da vida

Somos fantoches de nós mesmos

Tantos “achismos” e opiniões, tantos chistes...

Todos fazem parte do mesmo dilúvio de impropérios

Somos apenas acrescidos de rotinas e mistérios

A sabedoria do dia a dia da poesia nos ensina

Vivemos incorporados

Uns nos outros de tarde

De noite ou de dia!

Ou a nos vigiar ou a nos apontar o dedo da hipocrisia

O resto é heresia!

Romaria, sono e a inércia do sorriso

Na fotografia...

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 20/03/2011
Reeditado em 20/03/2011
Código do texto: T2859056
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