Ousadia

Puxando a ousadia

De uma vontade vadia

O compasso do corpo

No prazer absorto

Se esvazia.

O ventre contraído

Fervilha em gemido

Espalhando aos poucos

Suores loucos.

Esse gosto misturado

Na boca quente salivado

Desliza pelas costas

Que sem pudor se mostra.

Sem apetites amordaçados

Frieza em olhos envidraçados

De amor purificado

Inverto ordem do pecado.

Louca sangria

Esparramando desejo

Essa febre desbravando

O que pensava ter comando

Na sede de seus beijos.

Sem o peso da luxúria

Espalhando julgamentos

A última prova pendurada

Na toalha molhada

Seca ao vento.

Lucinda
Enviado por Lucinda em 19/03/2011
Código do texto: T2857644
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