Ousadia
Puxando a ousadia
De uma vontade vadia
O compasso do corpo
No prazer absorto
Se esvazia.
O ventre contraído
Fervilha em gemido
Espalhando aos poucos
Suores loucos.
Esse gosto misturado
Na boca quente salivado
Desliza pelas costas
Que sem pudor se mostra.
Sem apetites amordaçados
Frieza em olhos envidraçados
De amor purificado
Inverto ordem do pecado.
Louca sangria
Esparramando desejo
Essa febre desbravando
O que pensava ter comando
Na sede de seus beijos.
Sem o peso da luxúria
Espalhando julgamentos
A última prova pendurada
Na toalha molhada
Seca ao vento.