A DOR DA TUA AUSÊNCIA
Inda vou nessas asas extensas
Que sopra no outono, o vento,
Lôbregas são as secas folhas
Lânguidas de um pensamento.
Uma vasta palavra em vão
Suspirando langoroso o peito
Por uma incolor paixão
Que corroi o mais nobre conceito.
Deitei em meu leito sozinho
À sombra do meu pensamento
Tentando sentir o teu cheiro
Que me trazia o meigo vento.
E na dor da tua ausência,
No cruento desprezo teu,
Meu coração sangra jorrando
O amor que te prometeu.
Falei-te a verdade nua e crua
No prelúdio da noite menina
De tarde rompeste a relação
Como que fechando a cortina.
E parti para o jardim de rosas
Em meio a espinhos de roserais
Cismei que no fim de Águas Formosas
Tem belos e ricos festivais.
E se não te vejo, ó lívida lua
No teu intenso brilho de amor
Que apregoa alma de amantes
Proporcinando-lhes branca flor.
Mas tu não percebes n´alma a luz
Que emana do ãmago da represa
Para dentro de ti em energia
Que traduz na mais pura beleza.
E vejo amor saltar de teu seio
Nas duras palavras mescladas de amor,
Deixa-me descanso em um devaneio
Esperando a hora que te chamarei de flor.
(YEHORAM)