AQUELE BEIJO


Eu quis aquele beijo. E outro. E mais outro e dizer do quanto tremi quando a sua boca causava em mim rios e jardim em chamas.
Mas não era o tempo, ou era? Nem sei!
Sei que as nuvens expostas anunciavam chuvas fortes e lamaçal de encrencas e eu tive que embarcar naquele vendaval que estrategicamente me tirava dali.
Ele sabe que me detém, ou talvez nem se dê conta, mas eu não abro com todas as chaves. Aliás, tenho um dispositivo de perigo, e sempre que ele alarma, saio a tempo de não sofrer danos.
Quando o dano é inevitável, abro uma clareira, acendo uma fogueira e tento aprender com os pássaros a não temer as tempestades.


                 Imagem e Texto: By Dama da Poesia



Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 18/03/2011
Código do texto: T2856544
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