O PRANTO

Se esse poema pudesse descrever

Prantos. O amargo pranto.

Se eu pudesse ver dentro da lágrima

As cores de uma dor, qual o seu peso.

Não obstante a flor que há na estrada,

Nem o olhar silente da amada,

Era conforto:

Eram dores.

A cor do pranto,

A tez do pranto, são dores.

O peso do pranto,

O inexorável peso do pranto,

O insuportável peso do pranto, é dores.

O pranto, tão eloqüente quando se atina.

E tão contagioso se se ostenta.

É das exéquias, a lúgubre tormenta,

É o pranto, o desabar da lava,

O mágico, o tétrico, o sumo.

É tudo, os sentimentos condensados,

A essência das emoções, o encanto.

É o pêndulo dos extremos:

Também é o amor.

Geraldo Altoé

Geraldo Altoé
Enviado por Geraldo Altoé em 08/11/2006
Código do texto: T285639