O PRANTO
Se esse poema pudesse descrever
Prantos. O amargo pranto.
Se eu pudesse ver dentro da lágrima
As cores de uma dor, qual o seu peso.
Não obstante a flor que há na estrada,
Nem o olhar silente da amada,
Era conforto:
Eram dores.
A cor do pranto,
A tez do pranto, são dores.
O peso do pranto,
O inexorável peso do pranto,
O insuportável peso do pranto, é dores.
O pranto, tão eloqüente quando se atina.
E tão contagioso se se ostenta.
É das exéquias, a lúgubre tormenta,
É o pranto, o desabar da lava,
O mágico, o tétrico, o sumo.
É tudo, os sentimentos condensados,
A essência das emoções, o encanto.
É o pêndulo dos extremos:
Também é o amor.
Geraldo Altoé