Consciência matizada

Se vemos claro na mais densa escuridão,

Conscientemente não existe disparidade,

Pois também vê-se sombras em um clarão.

Visto que matizes não mostram a realidade

Se ela encontra-se no âmago da pluralidade

E com um só corte revela-se a essência pura,

Por que sempre houve distinção na sociedade?

Mas talvez haja tempo para encontrar a cura

Para esse mal que corrompe a humanidade.

Por que apontar diferenças com persistência

Se no sangue derramado não há diversidade.

Veremos a seiva aflorando com sofreguidão

Enquanto insistirmos por toda a existência

Em celebrar qualquer forma de discriminação.

Brasília-DF, 18 de março de 2011.