ÂNSIA DE MARIA
Vivia de conter-se,pobre alma; afligia-se por desprovida do mundo.Traços de Maria,como destino das marias,benzia na fronte um repelir ingênuo,quase santificado.Tinha na vida um bem :a mente.Uma única estrada,a qual lhe trazia e a levava ao silêncio das respostas: era por dentro,onde ela mais andava.E nessas voltas,quase sem voltas,definhava em teu rosto a imagem que lhe dera,e como máscara,deixava-se cair.Desnudava as vestes de linho,amarelada e sem vida,e punha sutilmente um olhar,parado,fatalmente destinado,como a gota de lavanda,que (profana),pingara na nuca.Era Maria que vivia calada, nas manhãs e nas tardes; que tecia as lástimas e engomava o pouco de sorte,resignando-as pois, a um fim bem breve.Maria,criava noites que não tinha,e vestida de baile,era tão forte quanto ao batom escarlate.Na meia seda cor da pele,a sobre-pele da menina de chita.Tão fraca e tão viva,tinha cor,agora não mais a de Maria.E era bonita nesses dias...