Para uma certa poetisa que aqui se reconheça...
Como quem barra manteiga
nas estrofes fatiadas
de teus versos,
antecipo na tua escritura sagrada
o gosto da mordida
sangrada na língua,
antropofagicamente...
Ah! Mulher!
O quanto eu minto e o quanto mentes,
enquanto nossos helmintos
nos devoram os apetites por dentro
na coalescência dos mesmos quereres
abraçados num canto
qualquer...
Assim amores platônicos
também
deixam feridas,
mas tanto em ti como em mim,
libertam um raro jardim
de borboletas
coloridas...