DISFARCE OU MÁSCARA


Fugindo as rubras pupilas,
os pensamentos mudos e quietos, meditam.
Até o Sol ir se deitar
No leito enorme do mar,
Que ninguém nos dome,
e nem tentam reduzir-nos ao silêncio branco da cinza,
pois por dentro sou farrapo e faxina
e a grandeza ao silêncio se reclina

Vivo em coma de luz - cio - sal - cicatriz
deste pensamento, disfarce ou máscara,
deste rapto do tempo que as arestas apara
Nestes lábios que respiram o rijo resíduo
de uma paisagem parda
exílio do som que oculta o pavor da palavra,
um olhar - um adeus - o nada.



Fernanda Mothé Pipas
Enviado por Fernanda Mothé Pipas em 17/03/2011
Código do texto: T2854480
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