UM HOMEM SÓ
À beira do fosso olha um olho mágico:
tudo se transforma. Do nada as
formas se projetam e brilham aos
olhos mansos da produção.
Surgiram os deuses e as vacas,
filhos de um homem só, navegador
das águas mornas das minas
termais conducentes da procissão.
Os dias passaram e o sol cansou
com a repetição do filme comum.
O homem brilhou e criou a escuridão:
o espelho sorria amedrontado.
Os ratos roeram o sustentáculo e
coaram cegos no castigo,
enquanto o mundo escorregava
entre os deuses pelos dedos das mãos.