HOMEM VELHO

Morre, homem velho

que a terra coma teu corpo

e roa de dentro da mente

fraca que flui do poço

a face da tua imaginação.

Ri e morre, homem cru

feito de terra e água doce

sem sangue nas linhas virgens

do espelho gerador.

Sobre a carne tua, viva

andam os velhos ratos

que serão novos, e serão ricos

e serão ratos sempre

caminhando nos densos rios

de curva sinuosas.

Morre, homem velho!

e vive pelo sangue velho

do filho do homem novo

que mataste outrora.

(Obs.: poema publicado no livro Assim se Fez)

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 17/03/2011
Código do texto: T2853558