HOMEM VELHO
Morre, homem velho
que a terra coma teu corpo
e roa de dentro da mente
fraca que flui do poço
a face da tua imaginação.
Ri e morre, homem cru
feito de terra e água doce
sem sangue nas linhas virgens
do espelho gerador.
Sobre a carne tua, viva
andam os velhos ratos
que serão novos, e serão ricos
e serão ratos sempre
caminhando nos densos rios
de curva sinuosas.
Morre, homem velho!
e vive pelo sangue velho
do filho do homem novo
que mataste outrora.
(Obs.: poema publicado no livro Assim se Fez)