Dá medo do medo
Do medo de ter medo
E do medo de não ter
Dá medo viver
Dá medo morrer
Medo de ser
E medo de não ser
Dá medo amar
Esse querer e não ter
Esse ter e não poder
Esse poder e não querer
Esse não merecer
Dá medo crer
Dá medo não crer
Medo de acontecer
E de não acontecer
Dá medo saber
Dá medo não saber
Dá medo dizer
Dá medo não dizer
No medo de esquecer
Não somos filhos de deus
Nem somos do demônio
Não somos filhos dos anjos
Não somos filhos do homem
Mas do desejo que nele dorme
O homem não tem nome
O demônio não tem forma
Os anjos não tem vontade
E os deuses tem medo
Do medo que temos
Nós somos filhos do medo
Nós somos filhos da razão
De um pai desnaturado
De uma mãe desvairada
Somos mortais que não morrem
Somos imortais que não vivem
Nós viemos do Tudo
E caminhamos para o Nada
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 17/03/2011
Reeditado em 25/07/2021
Código do texto: T2853234
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