A DOR DO POETA II

Não brigue com minha poesia

Deixe-me escrever até que a alma seque

São palavras jogadas contra a parede

Que voltam fortes

Como pedras que atingem meu rosto

Que já não tem a mesma idade.

Dezoito meses a gerar um livro.

Com o peso da saudade em meu ventre.

Em cada manhã quando lhe via partindo

Sabendo que não voltaria

Eu via a tua imagem sumindo

Muda, permanecia num choro contido

De amor, de amor, de amor...

Não quero ser o poeta

Dessas letras afiadas

Que me cortam

mas,

São elas que estancam

Minha alma hemorrágica

Quisera eu não te amar

E nunca mais escrever

Uma linha