Foi o amor
Meu coração agora incólume
Mais parece uma brenha
Só da passagem a aquele
Que realmente o assume
E que tem os dígitos certos
Da sua nova senha
Hoje jaz tão inerme
Mas carece de palavras meigas
Precisa recuperar a seiva
Tirada um dia do seu cerne
Um tempo em que parecia mortiço
Um tempo em que tudo era sobejo
Um tempo que tudo parecia um feitiço
Feito pelas loucuras do tempo
Incentivadas por um tenro desejo
Hoje recuperado
Vive intensamente o amor
Tranqüilo como uma flor
A bela flor do prado
Passou por frívolo
Se hoje é meio esquivo
Tem o porquê
Passou por aziago
Sem carinhos nem afagos
Do mundo estava a mercê
Passou em meio a tantas brumas
Suas gotas de sangue eram rubras
Pois estava em meio a um crepúsculo
Não tinha nem vez e nem voz
Passou até por atroz
Foi chamado de esdrúxulo
Graças ao tempo que se aliou com o destino
Foi encontrada uma solução
Um sentimento quase divino
Hoje rege o meu coração