Fadiga!
Não me recordarei de ti com lágrimas nos olhos
Tampouco com um sorriso no rosto
Semblante esse que oculta o desgosto
Uma inútil lembrança levada no colo
Eu, ópio de mim mesmo, encarcerado ao passado
Serenamente usurpado por devaneios profanos
O fiel inconveniente de viver atrelado ao findo leviano
Martirizado impiedosamente por quem foi amado
Magoado agora vou fugir das torpes regras
Um devasso homicida de amores perdidos
Um poeta sem âmago indagando abrigo
Abandonarei relutante esse sentimento piegas
Enfastiado desses frívolos momentos de agonia
Conclamarei aos meus pensamentos: Cansei.
André Fernandes